Uma TV para o povo

A TV no contexto brasileiro, que se encontra em grande parte inserida numa cultura massificada, é vista como sinônimo de entretenimento. O povo, em geral, não quer uma televisão que retrate a realidade com temas sociais e políticos. A inserção da TV pública pode ser no mínimo, um alvo insignificante diante das grandes potências televisivas no Brasil. Num âmbito político, a Rede Globo possui significantes influências para continuar sendo a primeira do país.

Um canal de televisão com informações jornalísticas, acadêmicas, debates e temas culturais. A TV pública no Brasil, como as de outros países, seria o modelo perfeito com esse conteúdo relevantemente culto. Mas, qual o sentido da TV pública para um país inserido em uma cultura novelística? Como prova disso, temos exemplos reais de canais como “TV Senado” , “TV Cultura” e outros, que tornam-se insignificantes na memória dos brasileiros. A população opta por uma programação que não retrate a realidade. O papel funcional da televisão para nosso país, é de entretenimento. Quando o trabalhador pobre, analfabeto e isolado da “sociedade culta” chega em casa, quer, junto com sua família um espaço de reunião e diversão. Nesse caso, o mais viável a ele, são os programas que a TV apresenta. Isso diverte a família e as emissoras sabem disso. As novelas alcançam altos índices de audiência porque seguem essa proposta.

De acordo com o artigo “Alô, alô, TV Pública: aquele abraço” de Bernardo Kucinski, publicado no Observatório da Imprensa em 11 de setembro deste ano, a TV pública deve ter o objetivo de reproduzir informações jornalísticas, culturais, críticas e também entretenimento. “A competição da rede pública não é com a do estado, é com a da empresa privada”, afirma.

O livro “Desafios da TV pública: necessidades e caminho” de Laurindo Leal Filho, apresenta dados de uma pesquisa, na página 116, e expõe que as pessoas entrevistadas querem uma TV de qualidade, uma programação cultural e educativa. Mas apesar disso, conclui que as pessoas declaram uma coisa e na realidade fazem e desejam outra.

Quando fala-se em TV pública não pode-se deixar de aboradar também a TV digital. Na atualidade, a televisão pública associa-se a digital, pois com a chegada da nova transmissão, a TV aberta ganhará novos canais. E esses, por sua vez, pertencerão exclusivamente ao governo. O jornalista do “Estadão”, Renato Cruz, publicou em seu blog no dia 26 de setembro deste ano, um artigo intitulado “O PT e a democratização da TV”, no qual ressalta que o governo perdeu uma grande oportunidade em aumentar a pluralidade da televisão. “No lugar de reservar quatro canais para a TV Pública, sem saber nem como irá preenchê-los, poderia ter leiloado concessões em todo o País, que permitiriam a formação de novas redes de televisão”, destaca. Com essa medida, o governo acabou protegendo as emissoras vigentes, pois não terão concorrência de mesma categoria.

O grande questionamento, e para alguns preocupação, gira em torno do que será feito com esses quatro canais. O governo deverá ter cuidados no que deseja veicular na programação das emissoras para que se torne realmente uma televisão com fins públicos, e não estatal. Cruz, indaga ainda no mesmo artigo, sobre as verbas do governo para a elaboração dos programas. “Com quatro canais, a TV Pública poderia passar 32 programas em definição padrão ao mesmo tempo. Como financiar a produção de tanto conteúdo?”, questiona.

Certamente o controle do que seria veículado garantiria a boa imagem do governo em gestão. É impossível idealizar a hipótese que o governo faria uma emissora imparcial. O mandato da vez garantiria seu status e pensaria na reeleição futura, mas é claro, de forma sutil e implícita.

O que não é aconselhável ao brasileiro é a idealização de um modelo perfeito de TV pública em nosso País. Num lugar em que nem tudo o que se promete é cumprido, e que forças políticas estão acima dos bens sociais e culturais, o compromisso com o povo fica em segundo plano diante de alianças políticas. A Rede Globo manda no Brasil, dita regras, constrói, alimenta a massa do país e dirige o pensamento atravéz de suas ideologias sociais. Isso garante altos índices de audiência, pois “supre” as necessidades do povo e o mesmo garante a emissora uma fortuna crescente.

Que o governo possa então, encontar soluções para implantar uma TV que ocupe o espaço na mente da população em que as novelas estão fixadas. Elaborar projetos de programações acessiveis a “cultura inculta” do povo de massa e atingir todas as classes com conteúdos significativos para inovar a televisão brasileira. Ocupar, enfim, o posto da Rede Globo, como primeiro lugar na vida das pessoas. Infelizmente, essa idealização além de sonhadora, é no mínimo utópica.

2 Girassóis:

Pri Jósimo disse...

Iiisiiiiis!! Procurei "Priscila Jósimo" no google imagens e apareceu teu blog! hauhauhauhauahah....Gostei! Visita o meu tb! =D
Bjooo

Anônimo disse...

bom comeco