O diploma é para poucos

O diferencial do jornalista (diplomado) é o poder de argumentação e crítica embasada. Tal ponto essencial mostra nessa discussão, que o diploma é indispensável para a prática jornalística. Argumentação, crítica e análise se adquirem e desenvolvem em anos de preparação acadêmica. São muito mais do que somente experiências adquiridas pela prática. Atualmente, os veículos de mídia possuem diversos jornalistas que não têm curso superior em Jornalismo. A prática formou a experiência desses profissionais que desempenham o cargo com “certa” competência. Mas o domínio de conhecimento e discussão crítica não entram no currículo desses “tais” profissionais.

O momento é de reflexão e conscientização, pois o despreparo, desinteresse e negligência por parte de alguns acadêmicos em jornalismo faz com que o diploma, seja remetido a um simples papel. Todos diplomados devem mostrar a gritante diferença da categoria acadêmica e fazer com que fique comprovado que a opinião crítica faz a diferença em um País que aceita tudo “calado”.

O profissional deve também ter o intelecto plenamente desenvolvido e qualificação acadêmica adequada para então criticar, indagar e realmente “fazer a diferença” na sociedade. Essa é a responsabilidade dos diplomados. Essa é a responsabilidade da imprensa.

Um simples papel

Quatro anos. Milhares de entrevistas, reportagens, matérias, artigos. Tudo isso para nada. Mas em outro ponto de vista, pode ser tudo. A experiência adquirida na faculdade faz a diferença, se não, deveria. O debate em questão é a exigência do diploma para a prática jornalística. Mas poderia ser melhor. Será que as universidades fornecem subsídios suficientes para formar um profissional qualificado?

De acordo com a liminar promulgada pela juíza Carla Rister, o diploma superior em Jornalismo não é exigência para obter registro profissional. Mas a decisão final depende do Supremo Tribunal Federal (STF), que definirá o percurso da profissão até o final de 2008.
Enquanto a decisão não é divulgada segue o debate. Atualmente, a área de comunicação possui diversos funcionários que não possuem curso superior em Jornalismo. A prática formou a experiência desses profissionais que desempenham o cargo com competência. E essa mesma prática entra no currículo dos acadêmicos em Jornalismo? O bom jornalismo se faz com a vivência.

A validação do diploma deveria ser feito com base em exigências de prática profissional e qualificação plena do estudante na área. Talvez uma prova de análise de aprendizagem indicasse somente os capacitados a exercer o cargo. O despreparo, desinteresse e negligência por parte de muitos acadêmicos em jornalismo faz com que o diploma, na realidade, seja um simples papel.