O toque de “recolher” a memória

São dezessete horas e o silêncio assombra a cidade. Ruas desertas, lojas fechadas, escolas vazias. O caos se instala em todo estado de São Paulo e o cidadão amedrontado tranca-se em sua própria casa. Lá fora a possibilidade da destruição corrompe o lugar.

“É guerra!” alguns dizem, outros preferem acreditar em uma solução para o que está acontecendo, confiam na justiça e esperam...
A violência tornou-se algo rotineiro e muitas pessoas ainda ilustram nosso país como “terra tropical” de “encantos mil”, vendendo uma imagem falsa para os outros e para si mesmo.

É difícil sim, é muito difícil admitir que o lindo país do futebol e do carnaval está em plena Guerra Civil. Os bandidos já garantiram espaço no governo e na mídia.

Este comando, muito bem organizado, denominado PCC atua com rapidez e destreza. A força destes bandidos surpreende o Comando Militar que encontra-se despreparado e os resultados são os piores: cidadãos e policiais vitimados da crueldade humana e da desorganização governamental.

Amanheceu e tudo passou... As pessoas voltam à rotina. Lojas, escolas, empresas, tudo está normalizado, mas o que aconteceu mesmo com o PCC?! E a organização nos presídios continua a mesma?! E os cidadãos que pagam impostos, que alimentam esses bandidos na cadeia, será que podem confiar na segurança pública?!

O assunto do momento é a Copa do Mundo, e o ocorrido a menos de um mês no estado já não ocupa mais espaço na mídia e nem na memória da população. O jogo do governo e da mídia de maquiar a situação do caos obtém sucesso. A peça fundamental deste jogo, o cidadão, continua aceitando uma felicidade momentânea e acreditando que ainda vive no país de “encantos mil”.

Texto elaborado em junho de 2006.

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